quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Interdisciplinares



Laboratório de biologia? Não. Fábrica de computadores!

Foto por Jon Snyder/ Wired.com

Bactérias destruidoras

Cada processador (de computador) tem, atualmente, cerca de 30 milhões de transistores em uma peça com dois a quadro centímetros quadrados somente (em 1950, nesse mesmo espaço caberiam apenas quatro transistores). Os transistores criados recentemente medem tão pouco como vírus, sendo, portanto, bem menores que bactérias, e são fabricados em ambiente estéril como o da foto acima. Imagine o estrago que uma bactéria causaria se ficasse zanzando pelo local de produção.


Bactérias Magnéticas podem permitir a fabricação de HDs mais rápidos!

O que está sendo estudando é como utilizar bactérias magnéticas para produzir e organizar as pecinhas componentes do disco rígido de "biocomputadores", assim será possível produzir peças ainda menores e ainda mais eficientes!

E por que tão pequeno? Que tal engolir um ? Compreendam aqui! 


Haja bactéria!

Os trabalhos com agentes quimioterápicos antimicrobianos (substâncias que inibem ou matam micro-organismos e são sintetizadas em laboratório) foram iniciados pelo cientista alemão Paul Ehrlich no início do século XX. Atualmente, a cada ano, são produzidas mais de 500 toneladas métricas desses agentes! Seu uso envolve a medicina humana e veterinária e a agricultura.


Humanos de milho?

Elementos de transposição são segmentos de DNA capazes de mudar de posição dentro do genoma. Eles migram entre um mesmo organismo e entre organismos diferentes (neste caso, por meio dos micro-organismos). Alguns destes elementos compõem tanto o DNA humano, como o do milho atualmente conhecido (os mesmos elementos!). Logo: sim, a natureza cria organismos transgênicos! 


Bactérias fundamentais

Na natureza, a vitamina B12 é produzida exclusivamente por micro-organismos, entre eles os presentes no intestino de diversos animais e no nosso. Ela é fundamental à bioquímica animal (incluindo a humana, em que sua ausência leva à anemia perniciosa, uma doença caracterizada pela baixa produção de hemácias e distúrbios no sistema nervoso) e pode ser sintetizada por micro-organismos em indústrias, isolada e adicionada a alimentos. As plantas não produzem nem utilizam tal vitamina, mas podem produzi-las quando transgênicas.
O baixo consumo desta vitamina por vegetarianos tem causado anemia, mas isso é remediável buscando recuperá-la em alimentos modificados ou purificada em medicamentos. 


A bactéria que pode... Poderia dominar o mundo!

A bactéria Agrobacterium tumefaciens possui naturalmente a capacidade de inserir material genético
de seus plasmídeos no material genético nuclear das células de plantas. A infecção normal causa tumores nas plantas (esquema abaixo).


O material genético é o código da vida. É como as peças de um quebra-cabeça que se transformam em tudo de vivo que existe. Tendo, esta bactéria, a fácil capacidade de modificá-lo... Imaginem se ela fosse consciente disso? ... Mas nós somos!

Percebendo essa ferramenta oferecida pela natureza, cientistas experimentaram com sucesso a possibilidade de substituir os genes causadores de tumor por genes de interesse, como os que levam a produção de certas hormônios humanos ou mesmo a resistência a pragas, descartando a necessidade do uso dos tão poluentes agrotóxicos.

A adição de genes de uma espécie em outra cria organismos geneticamente modificados (OGMs ou transgênicos). Ela torna possível elaborar, nas plantas, vitaminas, proteínas, hormônios, medicamentos, textura, sabor e tantos outros produtos que obtemos de animais, escravizando-os a nosso favor. As plantas não têm sistema nervoso, não sentindo dor, como TODOS os animais sentem. Sendo, portanto, uma alternativa humanitária para alimentação e utilização nas mais diversas áreas.

Eu, como bióloga, sou a favor da continuidade das pesquisas em biotecnologia até mesmo com humanos, pois elas intentam melhorar ainda mais a nossa vida e a dos outros seres vivos no planeta. As ciências racionais, quando com ética: evitando ao máximo o uso de animais e a geração de dor , só tendem a nos tornar mais evoluídos, não deuses, mas seres dignos de viver melhor e prejudicar cada vez menos o planeta. Já que dominamos tudo e isso não parece ter cura, que usemos o fato de sermos os mais "fortes" não para apenas sobreviver, mas para começar a viver em harmonia com o meio que nos cerca e do qual dependemos em tudo. Como coloca M. S. Cortella, somos parte, não todo.

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